O surto de gripe e de coronavírus atual no nosso município começou a partir do momento em que a prefeitura permitiu os diversos shows na Praia do Anil e no Abraão, desrespeitando os protocolos sanitários e orientações do Ministério da Saúde e da Organização Mundial da Saúde. Trouxe as bombas e viajou. Nem no município o prefeito se encontra. O secretário de saúde que aí está super despreparado. Quase todos os municípios do Estado do Rio de Janeiro e de Estados vizinhos cancelaram eventos de réveillon. Logo, moradores dessas localidades vieram em peso para Angra. E mais: muitos médicos de férias sem reposição desses profissionais. Os médicos e enfermeiros que estão trabalhando, trabalham sem condições e médicos trabalhando mais de 36 horas seguidas para atender a demanda. Dias após os shows, UPA infantil lotada, Santa Casa lotada, Hospital da Japuíba lotado, com pessoas com sintomas gripais e para fazer o teste do coronavírus. Aí fez com que o governo municipal abrisse mais algumas atendas e estas com atendimento 24 horas: no Hospital da Japúíba começou funcionar 24 horas no dia 13 de janeiro e no Centro e Perequê, no dia 14. Houve o adiamento dos últimos dois shows que haveria na Praia do Anil nos dias 13 e 14 de janeiro, porque o governador do Estado deu uma prensa na prefeitura. Aumentou bastante o número do coronavírus no nosso município. Veja os boletins:
Coloquei acima os quatro últimos boletins epidemiológicos do coronavírus do município de Angra dos Reis. Reparem:
- no dia 23/12/2021 - 00% de taxa de ocupação dos leitos públicos;
- no dia 30/12/2021 - 03% de taxa de ocupação dos leitos públicos (aqui muitos turistas já estavam no município por causa dos shows e da procissão marítima).
- no dia 07/01/2022 - 05% de taxa de ocupação dos leitos públicos (aqui já tinha acontecido o show da virada, a procissão marítima e o show do aniversário do município).
- no dia 14/01/2022 - 30% de taxa de ocupação (repare no salto que deu na porcentagem).
Vale lembrar que nesses quatro últimos boletins haviam 37 leitos públicos disponíveis (15 no Hospital de Praia Brava e 22 na Santa Casa).
Depois que percebeu a m... que fez, depois do aumento assustador do número de casos de Covid, o governo municipal criou o decreto 12.448 que exigia comprovante de vacinação para entrar nos estabelecimentos comerciais, prédios públicos, restaurantes, escritórios, hoteis e pousadas, estabelecimentos industriais, etc. Ou seja, mais uma vez a população que "paga o pato". Por que autorizou os shows já que o número de internações era zero para Covid? Será que esse decreto foi em preocupação com a saúde da população? Será que foi para exigir a população tomar a vacina, já que muitos que deveriam já ter tomado, não se imunizaram ainda? Esse decreto revoltou muitos profissionais desses setores na qual fizeram uma manifestação na porta da prefeitura.
Sobre essa manifestação tenho a seguinte opinião: aglomeraram igual o prefeito fez com a população na Praia do Anil e no Abraão. Um cidadão foi em várias lojas do Centro da cidade pedindo para que os lojistas fechassem as portas para irem ao manifesto. Ora! Se estava difícil ter clientes por causa da exigência do comprovante de vacinação, ainda vão fechar as lojas para irem ao manifesto?. E mais: para ter mais aglomeração do que já teve e ter mais chance de ter o vírus?
No dia seguinte, dia 13 de janeiro, a prefeitura através da secretaria de administração fizeram a resolução 001/2022, informando que todos os servidores públicos tem que apresentar comprovante de vacinação de forma digital até o dia 31 de janeiro de 2022. Nesse mesmo dia, depois do protesto que teve no dia anterior, foi feita uma resolução 001/2022 da Secretaria de Saúde, flexibilizando a cobrança do comprovante de vacinação em alguns setores. De acordo com essa resolução as seguintes localidades devem exigir o comprovante de vacinação contra o Covid-19: prédios de repartições públicas, shoppings, bancos, casas lotéricas, cinemas, teatros, atividades de entretenimento, boates, casas de espetáculos, festas, eventos, recreação infantil, conferências, feiras, convenções, estabelecimentos de hospedagem e supermercados, sendo que todos os setores do comércio tem que exigir dos seus funcionários o comprovante da vacinação.
Diante de tudo isso que está acontecendo no nosso município, até o momento, não houve nenhum pronunciamento por parte do prefeito, nem do vice-prefeito, nem dos seus secretariados.
Bom, vejo três grupos culpados nessa história toda:
Primeiro, a prefeitura por ter autorizado a liberação dos shows, pois o objetivo era lucro com o turismo. A maior culpada, pois, se não tivessem os shows, não haveria aglomeração.
Segundo, os vereadores da situação, que não impediram a realização dos shows (a vereadora de oposição era contra).
Terceiro, a população que foram aos shows, que além de muitos terem pego o vírus, levaram para seus parentes e vizinhos que estavam em casa, se cuidando. Isso é lamentável! Não adianta reclamar com os médicos ou na recepção pela demora no atendimento porque isso foi você que foi aos shows que procurou.
Afinal, cada cabeça é uma sentença, tudo que fazemos tem uma consequência e hoje a realidade de Angra dos Reis é essa. A responsabilidade é de todos esses três grupos citados acima.
Prefeitura aglomerou, agora vem com hipocrisia.
Poderia exigir, se não houvesse aglomerações, se as pessoas tivessem se cuidando aqui e se as pessoas (moradores e turistas) não tivessem tomado a vacina. Aí sim poderia exigir o comprovante de vacinação. Mas esse, de longe, não foi o caso.
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