Depois
da explicação sobre o que é o Parque da Cidade e o Plano de manejo, cada
participante recebeu uma fichinha para escrever a resposta para a pergunta:
Qual a expectativa com a implantação do parque?
Saíram
inúmeras expectativas: uso do solo, conhecimento local, fortalecimento do
turismo e da economia, geração de emprego, recuperação ambiental.
Em
seguida, cada participante receberam duas fichas, uma de cada cor: Cor azul
para colocarmos os aspectos positivos (que seriam as oportunidades que o parque
poderia trazer) e a cor rosa para colocarmos os aspectos negativos (que seriam
as ameaças que a implantação do parque pode trazer). E cada um escreveu sobre
cada aspecto.
Neste
momento, os funcionários da Prefeitura, que estavam presentes, saíram da sala
pela segunda vez, já que quando foi feita a leitura das nossas colocações sobre
as expectativas, os mesmos já haviam saído uma vez. A população interrompeu a
leitura das nossas colocações feita pela condutora da oficina e pediu para que
eles voltassem para a sala para ouvir nossas colocações e que isso que eles
fizeram foram uma tremenda falta de educação e de respeito com as comunidades
presentes. A partir daí, os funcionários ficaram na sala e retornou a leitura
das nossas colocações.
Quanto
as oportunidades, foram colocados a geração de emprego, o turismo, a
conservação da biodiversidade, indo na direção das expectativas, colocadas
anteriormente.
E
quanto as ameaças, foram colocadas a questão do tráfico de drogas e da
agricultura tradicional (pois a preocupação é de acabar com essa prática agrícola no entorno do parque).
Seguindo,
foi aberta a fala para a comunidade e a partir daí, o clima esquentou: diversas
indagações, dúvidas e questionamentos foram colocadas para o pessoal da
Prefeitura, quanto a diversos assuntos voltadas a legislação ambiental e quanto
ao SNUC.
Entre
outros questionamentos:
1)
a
não participação da população quanto a publicação do decreto que cria o parque.
2)
motivo
pelo qual as praias da Bica, Gruta e Tanguazinho não fazerem parte da
demarcação do parque.
3)
sobre
o motivo que se criou um parque sem uma proposta.
Com
a palavra, os funcionários da Prefeitura, que, pareciam que estavam ali
obrigados, pois não estavam nem aí para que a população falava e quando a
comunidade rebatia a partir de suas falas, se exaltavam.
Sobre
o primeiro questionamento, ficou sem resposta.
Para
o segundo questionamento, foi colocado pelo secretário André, que, para colocar
as praias citadas na área do parque, teria que indenizar o dono do terreno e
que a prefeitura não tem interesse em fazer isso. Disse ainda, que desde o
decreto da criação do parque, a prefeitura arrecadou muito, nos últimos anos.
Duas pessoas, questionaram sobre o muro que estava sendo construído entre as
praias citadas. O funcionário da Secretaria de Meio Ambiente disse que não é
porque estava sendo construído o muro que toda a área seria construída e que só
porque a pessoa é dona do terreno, isto não significa que ela pode construir o
que quiser no terreno. E aí, a comunidade caiu em cima sobre, se não era para
ser construído nada então porque da
construção do muro, e que todos sabem que ali seria construído um condomínio
onde mais tarde seria impedido a população ter acesso as praias. O mesmo
funcionário respondeu, de forma exaltada, que aquilo foi autorizado pelo
governo passado (sendo que este funcionário que respondeu trabalha, segundo
informações de pessoas presentes na oficina, há quase 40 anos na secretaria de
Meio Ambiente e que o mesmo é que mexe com essa parte de liberação) e que
depois mandou demolir o muro. Mais uma vez, o povo falou: “Não foi a Secretaria
do Meio Ambiente que mandou demolir o muro. Foram algumas pessoas que eram
contra a construção do muro que demoliram. E outra coisa: um grupo envolvendo
cerca de vinte instituições fizeram o movimento “Praias Livres, Mentes
Abertas”, e com isso, a Prefeitura voltou atrás sobre a liberação da construção
do muro.
No terceiro questionamento, a resposta foi que estavam na fase inicial e tudo poderia acontecer.
Durante
esse debate, as oficineiras ficaram ouvindo as nossas falas e, depois, de
vários minutos, elas interviram propondo que continuassem com a oficina. Todos
concordaram e a mesma prosseguiu.
A
atividade final foi dividida em três grupos: foi colado um mapa com a
localização do futuro parque na parede e os grupos tinham que colocar adesivos
coloridos de acordo com temas já propostos: atrativos turísticos, segurança e
ocupações irregulares, problemas ambientais. Informações esta, que, no meu
entendimento, a Prefeitura já tem, e que foi feita mesmo só pra dizer que a
população foi ouvida.
Outras
colocações foram feitas: a não representatividade da Associação de Moradores do
Bonfim, sobre conflitos de territórios, construções imobiliárias, sobre a demora
do chamamento para a formação do conselho, etc.
Sobre
a demora do chamamento para a formação do conselho, o funcionário André
informou que o mesmo sairia no Boletim Oficial da Prefeitura no dia seguinte
(12 de abril) e, realmente saiu, e que o prazo de inscrição seria poucos dias.
Os presentes reclamaram do curto prazo.
Gostei
muito de ter participado desta “oficina”, pois as comunidades foram bem
respaldadas, com conhecimento sobre o assunto, não deixando com que o governo
achasse que nós estaríamos desinformados e que poderiam passar as informações
que quisessem. Lá tinham turismóloga, professores, blogueiros, youtuber, jornalista.
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